Quadro de mudanças no conceito
de infância
A infância tem sido historicamente, uma categoria instável que deve ser
regulada e controlada constantemente.
Infância 
Feudal 
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Proteções 
progressivas 
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Tendências 
reformistas 
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Criança 
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O período da infância não é um período
  distinto da vida adulta. As crianças trabalham muito cedo e vivem também na
  esfera pública. 
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As crianças são crianças e não adultos em
  miniatura. Elas têm maneiras de pensar de sentir que lhes são próprias. Não
  participam do mundo dos adultos porque ainda lhes falta o que Kant chama de autossuficiência.
  Para o bem da sociedade civilizada, esse estágio do crescimento tem de ser
  isolado e protegido do mundo abusivo. Noções de crianças como pessoas
  diferentes dos adultos criam para elas foros especiais, como juizado de
  menores. Nesse caso, a diferença baseia-se mais na ideia de que elas são
  seres inocentes ou impressionáveis no perigo que elas representam para a
  sociedade. 
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As crianças são capazes de um pensamento
  racional, o que lhe dá condições de escolher o que é bom para elas. Se não
  podem participar devido a não autossuficiência, como se explica que aos
  doentes e aos idosos é dada a oportunidade de escolher, se eles também não
  são autossuficientes? Para Minow, é necessário reconhecer as crianças como
  iguais ou similares os adultos pelas suas semelhanças e não pelas suas
  diferenças. 
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Família 
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A família é patriarcal e hierarquizada e,
  portanto, desigual. Ela integra as instâncias de socialização da criança. 
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A sociedade liberal do século XIX manteve o
  caráter desigual na família. A mãe continua excluída da esfera pública. Junto
  com o Estado, a família tem a responsabilidade da criança. 
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A família é igualitária e o espaço familiar,
  um domínio inviolável. A Corte Europeia dos Direitos do Homem diminui o Poder
  do Estado sanitário e social e limitar suas pretensões em benefício de um
  Estado de direito: toda pessoa tem direito ao respeito de sua vida privada,
  de seu domicilio e de sua correspondência. 
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Estado 
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L'état c'est moi, ou seja, o estado sou eu.
  O soberano era fonte e origem da sociedade civil. Existe uma analogia em
  relação ao dever de que os filhos venerem seus pais, como os súditos, seu
  soberano súdito, o soberano. 
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O Estado propõe medidas de proteção à
  infância, mas também deixa claros seus próprios interesses na comunicação
  social com elas. 
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Busca-se a não interferência do Estado na
  esfera privada. Essa intervenção só pode ocorrer em último caso. Cada
  indivíduo tem o direito de ser tratado como os outros indivíduos e se ver
  livre da intrusão do Estado. 
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Lógica dominante 
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Predomina a lógica da religião. 
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Predomina a lógica da ordem pública. 
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Predomina a lógica dos direitos do homem. 
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Trabalho 
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Quanto mais filhos, melhor, pois a criança
  vive o mundo do trabalho ou nas fábricas. 
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A criança é isolada do mundo do trabalho. 
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Educação 
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Criança é uma tabula rasa, onde os adultos
  inscrevem sua cultura. 
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A obrigatoriedade da escola serve também
  para isolar as crianças do mundo dos adultos. Ela é a principal instituição
  socializadora, junto com a família, ambas detendo o monopólio do saber. 
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Assiste-se a um desengajamento da família no
  processo educativo, uma proeminência da escola, que passa a competir com os
  meios de comunicação – especialmente a televisão – que abrem novas portas
  para o conhecimento e acabam com controle exercido pelas instituições
  tradicionais. 
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Corpo Espírito 
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Preocupação com o corpo da criança, fonte de
  trabalho. 
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Com fim da mortalidade, passa a existir uma
  preocupação com a formação do espírito. Alguns autores dizem que a
  Psicologia, criando fases do desenvolvimento infantil, reforça essa ideia de
  que a criança é diferente dos adultos, provocando confusão sobre seus
  direitos e deveres. 
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Autores 
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Aristóteles, Montaigne, 
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Locke e Rousseau 
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Stuart Mill, Rousseau. 
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*Fonte: http://historiadainfancia.blogspot.com
* Texto sugerido na biblioteca do CURSO: Educação Infantil: Uma proposta pedagógica
 

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