Os textos da Idade Média traziam a ideia de
que a primeira idade é a infância que planta os dentes.
Essa idade se dá quando a criança nasce e dura
até os 7 anos, ela é chamada de enfant, que significa não-falante,
pois, como diz no livro "História social da criança e da família" de
Philippe Ariès, nessa idade a pessoa não falava bem e não formava claramente
suas palavras.
Depois disso, chega a segunda idade, que dura
até os 14 anos, quando chega à adolescência, que segundo Constantino se encerra
aos 21 anos, mas, porém, segundo Isidoro se estende até os 28 anos.
O crescimento podia terminar antes mesmo dos
30, 35 anos, devido ao trabalho precoce que abalava adiantadamente o organismo
humano. Até os 45, 50 durava-se a juventude, que era assim chamada devida á
força que estava no cidadão para ajudar a si mesma e aos outros.
Isidoro nomeia de gravidade, a idade da senectude,
que estava entre a juventude e a velhice, porque nessa idade a pessoa é grave
nos costumes e nas maneiras. Até os 70 anos ou até a morte dava-se a
velhice e a última fase dessas seria chamada de senies, em que o
velho está sempre tossindo e escarrando.
Um gênero de correspondência sideral havia
inspirado uma periodização ligada aos 12 signos do zodíaco, que relacionava as
idades da vida com um dos temas populares da Idade Média: as cenas do
calendário.
Essas terminologias utilizadas, que hoje nos
passa uma impressão tão vazia traduzia noções que na época eram científicas e
correspondiam a um sentimento popular e comum da vida.
Para o homem de outra época a vida consistia
numa continuidade inevitável e cíclica e para nós, hoje em dia, a vida é
considerada como um fenômeno biológico, algo que não possui nome e que
procuramos nomear.
Na sociedade antiga, a velhice começava cedo,
os velhos de Molière, nem eram tão velhos assim e nos pareceriam bem mais
jovens do que como eram classificados. A velhice dava-se pela perda de cabelo e
uso de barba, como por exemplo, o ancião no concerto de Ticiano, que é também
uma representação das idades da vida.
Na França antiga, a velhice não era
respeitada, era considerada como a idade dos livros, do recolhimento, da
devoção e da caduquice, de modo que nos séculos XVI e XVII a imagem do homem
integral era a de um homem jovem, não propriamente um rapaz na época, mas hoje
poderia ser considerado assim.
Hoje, segundo o livro citado, a velhice
desapareceu, pelo menos do francês falado, em que velho tinha um significado
pejorativo. A evolução aconteceu em duas etapas: havia o ancião respeitado,
aquele ancestral de cabelos de prata, o Nestor que transmitia sábios conselhos
e o patriarca de importantes experiências. A segunda etapa foi o
desaparecimento do ancião, que foi trocado por “homem de certa idade” e
“senhores bem conservados”.
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*Fonte: http://historiadainfancia.blogspot.com/
*Texto sugerido na
biblioteca do curso
Educação Infantil: Uma proposta pedagógica
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