Figura Reprodução | Google Imagens |
Os filmes que retratam os suntuosos palácios medievais não contam alguns pormenores que são despercebidos pelo grande público.
Na Idade Média não
havia banheiros, que foram inventados somente na Idade Moderna. Não existiam
dentifrícios, escovas de dentes, perfumes, desodorantes e papel higiênico.
As excrescências
humanas eram feitas em latrinas e, ao amanhecer, sem maiores cuidados,
despejadas pelas janelas dos palácios.
Nos filmes sobre a
época, vê-se, comumente, pessoas sendo abanadas por enormes leques: em países
de clima temperado, a justificativa não era o calor, mas sim o péssimo odor que
as pessoas exalavam, pois não tomavam banho, não escovavam os dentes, não
usavam papel higiênico e nem faziam higiene íntima.
Os nobres eram os
únicos que podiam ter súditos que os abanavam, para espalhar o mau cheiro que o
corpo e suas bocas exalavam com o mau hálito, além de ser uma forma de espantar
os insetos.
Muitos dos ditados
que usamos hoje, para ilustrar certas situações, surgiram no cotidiano da Idade
Média.
A maioria dos
casamentos ocorria no mês de junho, na Europa, o início do verão. A razão era
simples: o primeiro banho do ano era tomado em maio, assim, em junho, o cheiro
das pessoas ainda estava tolerável.
Entretanto, como
alguns odores já começavam a ser exalados, as noivas carregavam um buquê de
flores junto ao corpo. Daí termos maio como o "mês das noivas" e a
origem do buquê de noiva está explicado com esta peculiaridade.
Os banhos eram
tomados numa única tina cheia de água quente e o chefe da família tinha o
privilégio do primeiro banho na água limpa. Depois, sem trocar a água, vinham
os outros homens da casa, por ordem de idade. Depois vinham as mulheres,
também por idade e, por fim, as crianças.
Os bebês eram os
últimos a tomar banho. Quando chegava a vez deles, a água da tina já estava tão
suja que era possível "perder" um bebê lá dentro.
Ainda hoje é usada
nos países de língua inglesa, a expressão "don't throw the baby out with
the bath water", no vernáculo, "não jogue o bebê fora junto com a
água do banho", para dizer a uma pessoa para não ter pressa em se livrar
da coisas.
Os telhados das casas
não tinham forro e as madeiras que os sustentavam eram o melhor lugar para,
cães, gatos, ratos e besouros se aquecerem.
Quando chovia,
começavam as goteiras e os animais pulavam para o chão. Assim, a nossa
expressão "está chovendo canivetes" tem o seu equivalente em inglês
em "it's raining cats and dogs", ou seja "está chovendo gatos e
cachorros".
Caia tanta imundície
dos telhados que, para não sujar as camas, inventaram uma espécie de cobertura,
que se transformou no dossel.
Aqueles que tinham
dinheiro possuíam pratos de estanho. Certos tipos de alimento oxidavam o
material, o que fazia com que muita gente morresse envenenada pelo óxido de
estanho.
Os tomates, sendo
ácidos, foram considerados, durante muito tempo, como venenosos.
Os copos de estanho
eram usados para beber cerveja ou uísque. Essa combinação, às vezes, deixava o
indivíduo, depois de beber, numa espécie de narcolepsia induzida pela bebida
alcoólica e pelo óxido de estanho.
Alguém que passasse
pela rua poderia pensar que ele estava morto, portanto recolhia o corpo e preparava
o enterro.
Como não se poderia
ter certeza se a pessoa estava morta ou não, o corpo era colocado sobre a mesa
da cozinha por alguns dias e a família ficava em volta, comendo, bebendo e
esperando para ver se o morto acordava ou não. Daí, surgiu a vigília do caixão,
que ainda hoje é costume.
Daí, também, surgiram
as estórias de mortos que haviam ressuscitado, e muito do mito do vampirismo
vem desta particularidade.
A Inglaterra é um
país pequeno e nem sempre houve espaço para enterrar todos os mortos. Então, os
caixões eram abertos, os ossos tirados e encaminhados ao ossuário e o túmulo
era utilizado para outro.
Às vezes, ao abrir os
caixões, percebiam que havia arranhões nas tampas, do lado de dentro, o que
indicava que aquele morto, na verdade, tinha sido enterrado vivo.
Assim, surgiu a ideia
de, ao fechar os caixões, amarrar uma tira no pulso do defunto, tira essa que
passava por um buraco no caixão e ficava amarrada num sino.
Após o enterro,
alguém ficava de plantão ao lado do túmulo durante uns dias. Se o indivíduo
acordasse, o movimento de seu braço faria o sino tocar, e ele seria "saved
by the bell", ou "salvo pelo gongo", expressão ainda usada até
hoje para dizer de alguém que escapou por pouca coisa, ou na última hora.
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*Fonte: http://pjpontes.blogspot.com.br/2011/04/coisas-da-idade-media.html
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