Trabalhar com
as crianças exige compreendê-las.
Exige também, reconhecer as suas reais
necessidades.
Necessidades que são próprias do tempo espaço da
infância.
Foto Reprodução/www.mdig.com.br |
Quando a criança tem
oportunidade de aprender os conhecimentos por meio de situações lúdicas, ela se
envolve mais.
O envolvimento com
as situações de brincadeiras as instiga compreender melhor as questões de
estudos, além de oportunizar a sua inserção nos debates
próprios da sua idade.
Foto Reprodução/Childhood Brasil |
Considerando tais
questões, gostaria de compartilhar algumas situações de brincadeiras que podem
ajudar no processo de interação das crianças com os(as) colegas e com as(os)
professoras(es).
Gosto muito da ideia
de organizar o trabalho pedagógico por meio de temas de estudos, pois assim, as
aulas ficam mais instigadoras.
As crianças podem contribuir com ideias interessantes e a articulação entre os conhecimentos num processo interdisciplinar
também pode acontecer de forma significativa.
Nossa sugestão é organizar um Projeto
de Estudos com a temática proposta nesse post Brincadeiras de Crianças... Como é
bom!
Essa temática oportuniza a busca de brincadeiras que as
crianças mais gostam, bem como as brincadeiras antigas que a mamãe e/ou o papai brincavam.
Trabalhar com as
brincadeiras antigas não significa contrapor aos jogos que as crianças de hoje
demonstram preferência, como por exemplo, os jogos eletrônicos.
Esses jogos fazem
parte do contexto atual e precisam ser considerados no processo de ensino
aprendizagem.
No entanto,
precisamos apresentar às crianças um pouco da história da humanidade, e, em
especial, um pouco da história das crianças e das suas múltiplas infâncias.
É nesse sentido, que
as brincadeiras aqui propostas se revelam instigadoras no processo de ensino
aprendizagem das crianças, tanto na Educação Infantil quanto no Ciclo de Alfabetização.
Em ambas etapas da
Educação Básica, as crianças ampliam os conhecimentos sobre si, sobre o mundo e
sobre tudo que está ao seu redor por meio das brincadeiras, pois tais etapas
fazem parte da infância.
As crianças exploram os modos de brincar de cada jogo e brincadeira, comunicam-se entre si, e, com isso, interagem com as múltiplas linguagens, organizam seus pensamentos, descobrem e produzem regras, compreendem os limites de cada situação, tomam
decisões e questionam o que não gostam.
Considerando tais questões temos como objetivos:
- Instigar a exploração dos diversos modos de brincar com cada brincadeira.
- Promover situações de interação entre as crianças que possibilitem a vivência com as múltiplas linguagens.
- Desafiar a tomada de decisões, com vistas à organização das ideias (pensamentos).
- Propiciar situações de compreensão das regras do jogos e das brincadeiras.
- Realizar atividades que explorem as descobertas e produções de novas regras.
- Possibilitar a compreensão dos limites postos por cada brincadeira.
Sugestões de Brincadeiras
Cinco Marias
Figura Reprodução/sites.google.com |
O jogo Cinco Marias também conhecido como belisca pode ser praticado de diversas maneiras.
Uma delas é
lançar uma pedra para o alto e, antes que ela caia no chão, pegar outra peça.
Depois tentar pegar duas, três, ou mais, ficando com todas as peças na mão.
Na
antiguidade, os reis praticavam com pepitas de ouro, pedras preciosas, marfim
ou âmbar. Dá pra imaginar?
No Brasil, costuma ser jogado com pedrinhas, sementes ou caroços de
frutas, ossos ou saquinhos de pano cheios de areia.
Bolinha
de Gude
Figura Reprodução/saude.culturamix.com |
Bolinhas coloridas e
feitas de vidro, são jogadas num círculo feito no chão de terra.
O objetivo é bater na bolinha do adversário e tirá-la de dentro do
círculo para ganhar pontos ou a própria bola do colega.
Estátua
Figura Reprodução/reisludos.com.br |
As crianças formam uma roda e, rodando, cantam a música:
O circo pegou fogo,
palhaço deu sinal,
acuda, acuda, acuda
a bandeira nacional,
Brasil,
2000,
se buliu,
saiu!
Ou então a cantiga
Batatinha frita
Um
Dois
Três
Ao terminar
a cantiga cada criança deve escolher uma posição e virar uma estátua.
O mestre, que é uma criança que fica fora da roda observa cada uma das crianças. Vence quem se mexer por
último.
Ciranda
Figura Reprodução/ housewifeinjapan.blogspot.com |
A famosa dança infantil, de roda, conhecida
em todo o Brasil, teve origem em Portugal, onde era um bailado de adultos.
Semelhante a ela é o fandango, baile rural praticado até meados do século XX no
interior do Rio de Janeiro (Parati) e São Paulo.
Homens e mulheres
formavam rodas concêntricas, de modo que os homens ficavam por dentro e as mulheres por fora.
Os versos
que abrem a ciranda infantil são conhecidíssimos ainda hoje:
Ciranda, cirandinha
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar
O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.
Vamos todos cirandar
Vamos dar a meia volta
Volta e meia vamos dar
De resto, há variações regionais que os
complementam como
O anel que tu me deste
Era vidro e se quebrou.
O amor que tu me tinhas
Era pouco e se acabou.
Cobrinha
Foto Reprodução/Portal do Professor - Mec |
Uma criança segura uma das extremidades da corda e começa a fazer movimentos com ela, de modo que os demais participantes ultrapassem a corda sem tocar
nela.
Se não conseguir, é eliminado.
Quando todos já tiverem passado, deverão
passar para o outro lado. A brincadeira continua até chegar a um campeão.
Pular Corda
Figura Reprodução/portaldoprofessor.mec.org.br |
Pular corda tem sido uma das brincadeiras preferidas das crianças.
Essa brincadeira possibilita inúmeras possibilidades, dentre as
quais podemos citar:
Altura, alturinha: quando duas crianças estendem a corda,
iniciando no chão, e subindo aos pouquinhos. Os competidores saltam sobre ela.
Quem conseguir pular maior altura é o vencedor.
Chinelinho: nessa possibilidade duas crianças trilham a corda,
enquanto dizem a palavra: Chinelinho , destacando as sílabas.
Relógio: a corda é trilhada forte e rapidamente. O jogador deve
passar correndo por baixo da mesma, sem se deixar bater.
Em seguida, entra,
pula duas vezes e sai; torna a entrar, pula três vezes e sai, e, assim vai até
completar dez pulos.
Chicote! Chicotinho! Pimenta! Pimentinha!: Ao bater a corda para
os participante pularem o movimento deve ser bem rápido, de maneira que ao atingir o solo, a corda estale como um chicote.
Se a corda tocar na pessoa ela
sai da brincadeira.
Chocolate: a corda deve ser balançada no ar por duas crianças,
enquanto cantam pausadamente as sílabas da palavra chocolate.
Quem estiver
pulando deve repousar o pé no chão no decorrer das três primeiras sílabas
(corda no ar) e saltar na última sílaba (te), momento que a corda baterá no
chão. Quem não conseguir sai da brincadeira.
Corre cotia
Figura Reprodução/editoradobrasil.com.br |
As crianças formam uma
roda e sentam no chão, menos uma.
A criança que sobrou corre
pelo lado de fora da roda com o lenço na mão, ao ritmo da ciranda que deve ser
cantada por todas as crianças.
Corre cotia
Na casa da tia
Corre cipó
Na casa da avó
Lencinho na mão
Caiu no chão
Moça(o) bonita(o) do meu
coração
Criança que está fora da roda:
Posso jogar?
As crianças sentadas na roda
falam: Pode!
Criança que está fora da
roda: Ninguém vai olhar?
As Crianças sentadas na roda
falam: Não!
Quando termina a ciranda
todas que estão sentadas abaixam a
cabeça e tapam os olhos com as mãos.
A criança que está fora da roda deixa o
lencinho cair atrás de alguém. Quando esta perceber, começa o pega-pega entre
as duas.
Quem está com o lenço é o pegador. A criança perseguida deve sentar no
lugar que ficou vazio.
Se a criança for alcançada
antes de ocupar o pique sai da brincadeira. Fica dentro da roda.
A brincadeira
recomeça com quem está com o lenço na mão.
Se a criança conseguir sentar, a
pegadora sai da brincadeira e fica dentro da roda.
A
brincadeira recomeça com a criança de volta para fora da roda.
A galinha do vizinho
Essa brincadeira tem os mesmos procedimentos da corre cotia. O que muda é a música.
A galinha do vizinho
Bota ovo amarelinho
Bota um
Bota dois
Bota três
Bota quatro
Bota cinco
Bota seis
Bota sete
Bota oito
Bota nove
Bota dez
Nesse momento a criança que está com o objeto (faz de conta que é um ovo) na mão fora da roda coloca-o delicadamente atrás de alguém e sai correndo para não ser pega.
Se for pega vai para o centro da roda e paga uma prenda, podendo continuar sentada na roda para continuar brincando.
Se não for pega a brincadeira continua.
Dança da cadeira
Figura Reprodução/casinhadacys.com |
As
cadeiras devem ficar em círculo. Uma cadeira a menos que a quantidade de
participantes.
Uma
criança deve coordenar a brincadeira. Quando ela disser já... todos devem
correr em volta do círculo de cadeiras.
Quando disser sentar, todos devem
tentar sentar em uma cadeira.
Quem
ficar sem lugar sai da brincadeira.
Assim,
as cadeiras vão sendo retiradas e o grupo vai diminuindo.
Será o vencedor
aquele que conseguir sentar na cadeira no último comando.
O comando também pode ser com música.
Escravos de Jó
Figura Reprodução/meucataventocolorido.com.br |
Escravos de Jó jogavam catimbó. Tira, bota. Deixa o Zé Pereira Que se vá. Guerreiros com guerreiros
Fazem zigue – zigue zá...
Sentadas ao redor de uma
mesa, as crianças brincam com uma pedrinha ou caixinha de fósforo.
Enquanto cantam a música
marcando os tempos fortes passam o objeto de uma para outra, no sentido dos
ponteiros do relógio.
Na parte onde dizem zigue
– zá movimento é feito na direção contrária, retornando, e, logo a seguir, volta à
primeira direção.
Quem erra sai da brincadeira. Os últimos dois serão os vencedores.
Está quente, está
frio
Figura Reprodução/bloguito.com.br |
Um participante esconde um
objeto, enquanto os outros fecham os olhos.
À voz de pronto, as crianças saem a
procurar.
O que escondeu o objeto vai alertando, conforme a distância que
estiverem do esconderijo: Está quente (quanto próximo), Está frio, (quando
distanciado), Está queimado (quando bem perto).
Quem encontrar o objeto será o
encarregado de escondê-lo na repetição da brincadeira.
Telefone sem Fio
Figura Reprodução/situando.net |
Todos se sentam em um
círculo ou em fila, um ao lado da outro.
A brincadeira começa com
uma das crianças dizendo alguma coisa no ouvido da que estiver ao seu lado. As demais
crianças não podem ouvir.
A criança que ouviu repete
a frase, para a próxima, e, assim sucessivamente até a última criança.
Quando chegar na última,
esta deverá falar a frase em voz alta.
Raramente ela será a mesma
dita pela primeira pessoa da roda, o que garante a diversão do jogo.
Dicas: com crianças mais novas, em vez de frases diga apenas
uma palavra por vez.
A brincadeira também pode ajudar a fixar temas abordados
em sala de aula se as frases repassadas forem relacionadas ao assunto.
Pula Elástico
Figura Reprodução/malasemalinhas.com.br |
Duas
crianças ficam em pé, frente a frente, e colocam o elástico em volta dos
tornozelos, formando um retângulo.
Uma terceira criança começa a pular, fazendo
uma sequência de saltos, ora pulando para dentro, sobre e para fora do
elástico.
A
criança que pula deve alternar os pulos para o lado de dentro, fora e sobre o
elástico sem enroscar os pés.
Quando
terminar a sequência, o elástico sobe um nível e vai para a altura dos joelhos,
depois para as coxas e quadris.
As
coreografias dos pulos variam tanto quanto a criatividade e a energia dos
participantes permitirem.
Quando
errar a sequência dos movimentos ou tropeçar, passa a vez.
Jogar Peteca
Figura Reprodução/greenme.com.br |
No começo do
jogo, os jogadores ficam em um círculo – ou de frente um para o outro, se forem
apenas dois.
Um jogador
sorteado inicia impulsionando a peteca para o alto, numa manobra semelhante ao
saque usado no vôlei: ele segura a peteca com uma das mãos e com a outra dá um
tapa, de baixo para cima.
Todos os
jogadores precisam manter a peteca no ar dando-lhe tapas, para impedi-la de
chegar ao chão.
Quem apanhar
a peteca ou deixá-la cair sai do jogo. Ou, em vez de ser eliminado, pode perder
um ponto; isso deve ser decidido antes do jogo.
Numa outra
versão, um dos jogadores fica no meio do círculo e precisa rebater a peteca
para os colegas, valendo as mesmas regras da versão anterior.
Puxa Corda
Dividir as crianças em duas equipes, de modo que cada equipe tenha o mesmo número de participantes a mesma força.
Marcar o centro da corda com um lenço e no chão com um giz.
A corda deve ter um
comprimento grande e deixar um espaço de 1,5 m no meio.
Ao sinal de quem estiver coordenando a brincadeira pode começar. Cada equipe deve puxar a corda.
A
primeira equipe que conseguir puxar pelo menos um dos adversários para frente
da linha central vence a brincadeira.
Corrida no Saco
Foto Reprodução/Portal do Professor - MEC |
Para a realização dessa
brincadeira é necessário providenciar alguns sacos: podem ser de estopa ou de
pano de chão que ainda não foi usado.
A quantidade vai depender
do modo como a brincadeira vai acontecer, tendo em vista que ela pode acontecer
individualmente, em duplas ou com mais quantidades de crianças.
Para iniciar a brincadeira
as crianças devem se posicionar na linha de largada, com os dois pés dentro do
saco.
Ao sinal dado devem pular até
a linha de chegada.
A brincadeira também pode
acontecer com um saco e duas crianças.
Cada uma coloca um pé
dentro do saco e as duas correm com o outro pé livre.
Questões para pensar!
Com base nos objetivos destacados anteriormente:
- Procure explorar as brincadeiras propostas de outros modos... Invente outras possibilidades de brincar com cada uma.
- Observe como as crianças interagem entre si no decorrer das brincadeiras e de que modo vivenciam as múltiplas linguagens.
- Analise as tomadas de decisões de cada criança, como estão organizando as ideias e como argumentam suas opiniões.
- Reflita sobre os modos de interlocução das crianças com as regras de cada brincadeira.
- Registre com as crianças as novas regras produzidas no decorrer das brincadeiras.
Por Ana Maria Louzada
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Referência
https://brasileirinhos.wordpress.com/brincadeiras
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