Ana Maria Louzada
Conceber a criança produtora de conhecimentos, de culturas e de
histórias, significa reconhecê-la enquanto sujeito social e histórico, que se
constitui no cotidiano das práticas sociais e culturais.
Sendo assim, necessário se faz romper com a ideia de que a criança é
apenas filhote humano, ser que se resume em maturação biológica, um vir a ser
em detrimento do que pode ser e fazer no tempo e espaço de ser criança.
As crianças precisam ser vistas como cidadãs, que produzem culturas e
são nelas produzidas. Que têm um olhar crítico em relação às práticas sociais e
culturais do adulto e que, na produção e objetivação da cultura infantil, vira
pelo avesso a ordem das coisas, promovendo significativas reflexões com os seus
“por quês”.
Esse modo de ver e conceber as crianças nos dá condições de entendê-las,
nos permite ver o mundo a partir do seu ponto de vista, enfim, nos possibilita
reconhecer as práticas sociais e culturais infantis e num intenso processo de
interlocução aprender com elas.