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A LINGUAGEM NA PERSPECTIVA DE BAKTHIN


A LINGUAGEM NA PERSPECTIVA DE BAKTHIN: UMA SÍNTESE

O fato de estarmos inseridos em um mundo marcado pela fragmentação, que, por sua vez, nos torna essencialmente monológicos, interpretar a realidade conforme Bakthin nos propõe é bastante complexo.

Segundo Fontana (1993), diante da dificuldade que temos em substituir as abordagens reificadas de interpretação da realidade pela abordagem dialógica proposta por Bakthin, nos deparamos com algumas leituras equivocadas a respeito das suas obras.

Tais interpretações têm conduzido a uma “teoria do diálogo ampliada”, pois destacam apenas o que sua teoria tem de interacionista e intersubjetivista em detrimento dos processos históricos da interação social.

Assim, diante de tal complexidade, delineamos ao longo do presente artigo, o que Bakthin nos fala sobre a linguagem enquanto um fenômeno social da interação verbal. Destacamos em linhas gerais as suas implicações no processo de constituição dos sujeitos.

Dessa forma, iniciamos nossas reflexões a respeito das críticas que Bakthin fez às grandes correntes teóricas da linguística contemporânea: o objetivismo abstrato e o subjetivismo idealista, pois, para o referido autor, ambas as correntes, além de transformar os estudos das ideologias em um estudo da consciência e de suas leis, pelo fato de acreditarem que a ideologia deriva da consciência, também concebem a enunciação monológica como ponto de partida da sua reflexão sobre a língua.

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Texto Publicado em 11/10/2012 e  Atualizado em 16/05/2018
 
Referências
BAKTHIN, Mikhail. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992a.
 _____. Marxismo e filosofia da linguagem. São Paulo: Hucitec, 1992b.
 FONTANA, Mônica G. Zoppi. Signo ideológico versus interação comunicativa e social e o ideológico nas teorias da linguagem. Caderno Cedes, Pensamento e linguagem, São Paulo, Papirus/Cedes, n.24.
 FREITAS, Maria Tereza de Assunção. Vygotsky e Bakthin: psicologia e educação – um intertexto. São Paulo: Àtica, 1994.
 SOUZA, Solange Jobim. Infância e linguagem. São Paulo: Papirus, 1994.
 STAM, Robert. Bakthin: da teoria literária à cultura de massa. São Paulo: Ática, 1992. 

 

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