Veja 20
dicas para mobilizar a comunidade escolar
Como envolver a comunidade no cotidiano da escola? Como fazer para que mães e pais se interessem pelo projeto da escola e compareçam às reuniões do Conselho Escolar? É possível fazer com que a participação da sociedade seja efetiva?
Uma série de experiências reais de mobilização das comunidades escolares
a partir do uso dos Indicadores da Qualidade na Educação (Ensino Fundamental,
Educação Infantil e Relações Raciais) podem ser utilizadas para responder a estas perguntas.
A partir destas experiências, foram elaboradas 20 dicas divididas em
quatro eixos: dotar de significado a reunião; modos ampliados de divulgação;
garantia das condições de participação; e estabelecimento de um canal
permanente de comunicação.
Utilizado em cerca de 70 redes de ensino municipais e estaduais, os
Indicadores constituem uma proposta metodológica de auto avaliação
participativa. Por meio do uso do material, a comunidade pode julgar a situação
de diferentes aspectos de sua realidade, identificar prioridades, estabelecer
planos de ação, implementar e monitorar seus resultados.
As dicas para mobilização da comunidade escolar pretendem contribuir com
a discussão sobre a participação da sociedade nas discussões dos Projetos
Políticos Pedagógicos das escolas e, consequentemente, das políticas
educacionais. As estratégias de mobilização foram sistematizadas com base nos
planos de ação de cerca de 100 escolas da região do Vale do Paraíba (SP) que
utilizaram os Indicadores da Qualidade na Educação para avaliar a qualidade da
escola.
Confira abaixo as 20 dicas para mobilização da comunidade escolar:
Dotar de significado a reunião
Muitas vezes quem convoca uma reunião vê claramente quais são as razões
e os sentidos para sua realização. No entanto, o mesmo pode não ocorrer para as
outras pessoas envolvidas. Para resolver esta questão, pode-se optar por
algumas alternativas:
1 – Utilizar espaços como a reunião de pais e mestres e o conselho
escolar para fazer uma primeira discussão sobre o tema ou projeto a ser
abordado.
2 – Inserir a atividade nos processos pedagógicos cotidianos da unidade
educacional a articulá-la ao Projeto Político Pedagógico da escola.
3- Explicar no início de cada atividade qual será sua dinâmica de funcionamento
e seus objetivos. Para isso, pode-se preparar uma apresentação em Powerpoint,
distribuir panfletos informativos, passar um vídeo etc. Outra dica é elaborar
cartazes com explicações sobre o projeto e espalhar pela escola.
4- Convite feito através de circular aos pais e de conscientização dos
alunos sobre a importância da participação de todos no processo.
5- Confeccionar convites com formas inusitadas e textos atrativos. Por
exemplo: elaborar um convite em forma de aperto de mão e escrever na sua parte
externa os dizeres “Vamos dar as mãos…”. E, dentro do convite: “…e construir
uma escola melhor”.
6- Oferecer à comunidade um café da manhã antes de iniciar a atividade
para que as pessoas se sintam acolhidas.
7 – Escolher tema norteador que sirva para mobilizar os diferentes
representantes da comunidade escolar (alunos, professores, funcionários, mães,
pais, entre outros). Por exemplo: “a escola de nossos sonhos” ou “vamos dar as
mãos e construir uma escola melhor”.
Modos ampliados de divulgação
Existem diferentes possibilidades e maneiras de convidar a comunidade
para participar da construção de uma política educacional seja no âmbito
interno da escola, seja na construção de um Plano Municipal ou Estadual de
Educação, por exemplo. Nesta hora, a criatividade é muito bem-vinda e pode-se
utilizar de múltiplas estratégias. A partir da experiência com os Indicadores,
listamos abaixo algumas das alternativas possíveis:
8- Utilizar diferentes canais de divulgação para manter a comunidade
informada dos próximos passos, das datas de reuniões e de ações já colocadas em
prática.
Por exemplo: Produzir cartazes e fixar pelo bairro, fazer anúncios nas
rádios comunitárias e escolares, entrar em contato com jornais e televisões
locais para divulgação do evento, produzir cartazes e distribuir nas igrejas
próximas à unidade, fixar materiais em murais de escolas, nas bibliotecas, nos
transportes públicos, nos postos de saúde, entre outros.
9- Divulgar atividades com antecedência utilizando um calendário que
pode ser fixado no pátio da escola. Enviar convites e bilhetes informativos aos
familiares com uma semana de antecedência e novamente dois dias antes do
evento.
10 – Fazer convite individual a pessoas que possuem o potencial de
multiplicar a informação e o convite à comunidade. Por exemplo: presidência de
associação de bairro, responsável pela Unidade Básica de Saúde (UBS), líderes
de igrejas mais próximas à escola, entre outros.
11 – Estabelecer parceria com motoristas e monitores do ônibus escolar
para que divulguem o evento às famílias dos estudantes transportados.
12 – Utilizar bilhetes nas agendas dos alunos e convidar a Associação de
Pais e Mestres, o Conselho Escolar e os grupos estudantis como o grêmio e o
conselho mirim. Em uma das escolas que utilizaram os Indicadores, por exemplo,
os estudantes do Grêmio Estudantil espalharam cartazes pelo comércio do bairro
convidando a comunidade e utilizaram megafone para o convite a “um dia
especial”.
13 – Realizar gincanas e atividades voltadas às crianças que eventualmente
não possam participar de uma determinada reunião.
Garantia das condições de participação
14- Realizar a atividade em um sábado letivo ou no período noturno para
facilitar a participação de familiares dos alunos e de outros atores da comunidade
que não estão diretamente ligados ao cotidiano da escola.
15 – Preparar o espaço em que a reunião será realizada (recepção da
comunidade, salas onde serão feitas as discussões dos grupos menores, espaço
para a realização da plenária etc).
16- Preparar espaço para acolhimento de bebês e crianças
pequenas possibilitando a participação de mães e pais
nas discussões.
Um dos depoimentos obtidos no plano de ação de uma das escolas que
utilizaram os Indicadores detalha como seria essa preparação para a reunião:
“no dia marcado, sábado, enfeitamos a entrada da escola com um grande túnel de
pano, ‘o túnel dos sonhos’. E nele, continha as produções dos alunos sobre a
escola de seus sonhos. Pertinente ao tema, fizemos a abertura da reunião com
uma aluna fantasiada de fada que abriu a cortina da mostra de desenhos. Foi uma
entrada atípica, reflexiva e muito emocionante”.
17 – Oferecer lanche e transporte aos convidados presentes. Em uma das
escolas participantes do projeto, utilizou-se a estratégia de realizar um “Chá
da Primavera”: “fizemos os convites do 1º Chá da Primavera de nossa escola e
convidamos todos a trazerem um prato de doce, bolo ou pão para a reunião. A
escola também fez pães, bolos, chás de várias ervas, sucos e café. Além disso,
fizemos exposições de poesias e enfeitamos a escola com flores, desde o portão
de entrada”.
Estabelecimento de um canal permanente de comunicação
18 – Sistematizar e divulgar os resultados das atividades realizadas e
os próximos passos a serem dados, por meio de cartazes fixados no mural da
escola.
Podem utilizar também sites, blogs, redes sociais etc. Essa é uma dica
que pode facilitar para que as pessoas visualizem os frutos de seu trabalho e
se sintam estimuladas a participar da continuidade do projeto.
19 – Promover nova mobilização da comunidade escolar para apresentação
dos resultados.
20 – Realizar exposição de fotos ou produções que explicitem os
principais avanços e desafios do plano de ação.
Fonte: Indicadores
da Qualidade na Educação
http://www.indicadoreseducacao.org.br
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